abril 09, 2006

"Escrevi até a exaustão / no pergaminho d'água do sono." (Wally Salomão)

Escrevi até a exaustão,
até a exaustão dos sentimentos
extenuar os meus desejos.
Escrevi à exaustão a exaustão do repetir.
Há, por exemplo, exaustão nos meus olhos, que choram.

Eu me perco nos abismos dos ocenanos,
sonâmbulo e insone eu me perco,
e os pergaminhos também se perdem,
escorrem, líquidos,
para que nada reste escrito em pena & papel.

Os pergaminhos da minha exaustão são pixels pichados
na tela de quatorze polegadas ofuscada do meu computador,
são zeros & uns & uns & zeros ordenados
em pacotes de bits & bytes.

E assim dizem que escrevo, repetidamente,
sempre a mesma seqüencia binária-virtual:
minha imaginação, hiper-moderna,
precisa de memória ram para transcender & voar.

2 comentários:

Anônimo disse...

Nice colors. Keep up the good work. thnx!
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Anônimo disse...

Very pretty site! Keep working. thnx!
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