março 20, 2009

Helena ficou perto da janela com o telefone na mão esperando muito tempo por uma mensagem que nunca chegou. O céu estava claro como devia ser sempre o céu em uma tarde fria de inverno em que o vento arrasta folhas solitárias por ruas vazias mas Helena não teve vontade de sair. Helena tinha vontade de falar com Mariana, e foi por isso que ficou tanto tempo perto da janela olhando o vento que arrastava as folhas solitárias pela rua vazia em frente ao seu flat alugado tentando não pensar na mensagem - e só conseguindo pensar na mensagem, o tempo todo. Mesmo quando finalmente saiu de casa para enfim acompanhar as folhas levadas pelo vento, Helena continuou pensando na mensagem que nunca chegou - embora não segurasse mais o celular na mão e ao invés de uma roupa qualquer vestisse um casaco preto, de um justo bonito, seu maior cachecol, tão longo que mesmo com várias voltas no pescoço ainda podia passá-lo pelo cinto, e um chapéu de abas curtas, que devia impedir o vento de bagunçar sua franja loira como bagunçava as folhas caídas das árvores.

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