"E como as casas me habitassem, esperei; do alto, esperei." (Uh)
E como se eu habitasse o tempo, impublicável – absurdo! – tomei a liberdade de criar novos móveis; novos pregos; novas pressas, presságios. Depois, sintomáticos, nos unimos ao mato – ativos, cativos, contemplativos; mato. Pois eu, eu tenho muito mais escadas – boa tarde a todas as pessoas aí de baixo! Escalas pentatônicas em pautas invertidas. E como se eu tivesse letras, poucas, e papéis, milhares, restou uma poesia repetida das formas diversas que me foram possíveis; repetida à exaustão. Nas linhas havia eu (eu) aqui (aqui); mas nunca disse do que fui agora.
Uma tarde vazia é muito mais triste do que dálias pisoteadas. Havia um sapo que comia minhas auroras (comi-o feito rã; por isso ganhei certa agilidade na hora de caçar moscas). As auroras nunca mais foram minhas. Deu-se a lógica (divina) em partes quebradas nos muros – nas muretas com cacos de vidro. Sou um mentiroso odiado pela lua; e mentirosos, por sua vez, são cemitérios abandonados. A lua é cruel – mas dizes que não há perigo em brincarmos lá; o sol é amargo e queima. As nuvens noturnas – soturnas – nos observam, todos, e fazem o julgamento: culpado, culpado, culpado! Confesso: muito de mim eu inventei; minto poesias por não existirem pastos (peça desculpas!).
E, assim mesmo, os pássaros nos devoram enquanto cantamos – o pássaro é reto, torto é o ângulo – e nos atacam com algumas das palavras mais bonitas que conhecemos. Porquanto não há explicações. As regras da minha poesia são minhas (só não penso que as auroras também eram). As regras da minha poesia são auto-suicidáveis. E como se eu habitasse postes, tomei a liberdade de chutá-los, para ver se apagavam – ou se apagavam as palavras no papel branco (todos aqueles que não foram preenchidos pela pouca poesia; as páginas gritavam, pálidas de tanto). Meros plágios, mais uma vez. Confesso: muito de mim eu copiei.
Um comentário:
ah, sim: delirar é preciso
(ainda quê)
(enfim, não sei)
(só para)
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