junho 09, 2006

as coisas vão se aproximando lentamente de uma compreensão tardia: devaneios desenredados pela pressão atmosférica das palavras imploraram atenção aos esqueletos guerreiros; arbustos absurdos, desfolhados pelas mãos carcomidas do rei, escondem tesouros indescritíveis da civilização capitalista; uma flor, barulhenta e áspera, brota entre as sobrancelhas das crianças piolhentas: você não pode me pegar, não agora, agora, você não pode me pegar (pode me tocar me beijar me bater – mas não pode me pegar); você pode me desafiar: é tão estranho ter que juntar as lágrimas falsas das bonecas de porcelana em copos quebrados; unir os sonhos aos ferrões do barraco – unir os sonhos desidratados aos sabiás e aos apitos saudosistas dos navios negreiros: tenho em mim toda reversibilidade da existência.

Um comentário:

Anônimo disse...

aqueles delírios gostosos.