janeiro 19, 2012

eu só queria te segurar sem
seus pés tocarem o chão

janeiro 14, 2012

já não tenho que pensar em estela
como estela era
ela que vive em função de fotos
e gravuras

inexistentes
ou aquela outra pose perfeita que ficaria perfeita
em um vestido específico

janeiro 13, 2012

Não sei do que são feitas as chuvas do fim do dia. Sei que o fenômeno existe, pontual como um mito; como se um Deus esquecido o controlasse ou não restasse dúvidas ao acaso. Devo acreditar que a chuva não é apenas água e nuvens e vento e pontualidade? Um fenômeno natural precisa ser verdade, como símbolo. A chuva, se estendendo todos os dias em todas as direções a partir de um centro negro que macula a luz – não o calor –, precisa ser um discurso. Precisa ter uma história.

janeiro 12, 2012

barthes: o autor está morto, mas as pessoas são burras. abs

janeiro 10, 2012

hoje parece que chove
porque a vida é complexa e não há
finais perfeitos: a felicidade
é um jardim cercado de vidro

em que nada acontece
mas mover-se não precisa ser
destruição embora seja tristeza
e perda e solidão e saudade
e lágrimas várias vezes ao dia

janeiro 09, 2012

é estranho que permaneçamos neste estado
de coisas alienadas e que a vontade seja feita
apenas quando volto e não é tarde e não há luz
ou roupas entre os gestos: somente espera

janeiro 07, 2012

eu quebro tu