Imagino o fim da Terra como sendo o fim de todas as coisas mas não é.
Há uma cidade na borda de um deserto que se estende por um infinito
branco
que não é exatamente uma Coisa e sim as palavras que imaginamos para elas: imagino o fim das palavras
como sendo o fim da Terra
O ponto final na página de uma última frase escrita por um último escritor em uma cidade fora do tempo
que se estende por um infinito branco que foi o fim de todas as coisas
O problema do sentido é que me incomoda e se as palavras já não dizem nada e é impossível que possamos descrever as novas
coisas
de novas formas
o ponto final da linguagem pode ter sido colocado por Wittgenstein ou Homero antes dele
o problema é que Borges não via problema em repetir as quatro histórias que são todas as histórias
eu não vejo problema em Borges fazer isso até porque Borges o fez com maestria e qualquer reconstrução feita por Borges
me admira
Rimbaud ter dito que inventou novas flores, quando não inventou: tampouco inventei a Cidade ou o Deserto Branco
ou as Flores
a Cidade é sobre a Primeira História. O Deserto Branco, sobre a Segunda & a Terceira. E as Flores são os sinais de pontuação gráfica com que terminaria a Quarta
se me fosse possível criar novos Deuses.
Imagino que esta não seja a primeira civilização que se esgota.
Um comentário:
Massa...
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