agosto 13, 2009
É curioso que não tenhamos encontrado nada de diferente nessa viagem. Ontem o projeto completou dois anos e ainda não avistamos um único ser vivo. Uma vez, bastante à leste daqui, quando ainda estávamos no mar, julguei ver uma sombra negra, grande como uma cachalote, perto da região que batizamos de Pequeno Canal e que se tratava de um fino estreito, delineado por falésias intransponíveis, que ligava dois Oceanos inominados, mas não passou disso - uma impressão. De resto, a expedição tem sido assustadoramente tranquila. Estamos em uma praia agora, bem distante do Canal (creio). Desembarcamos há três dias, mas ninguém se aventurou a entrar mais do que alguns metros na floresta de árvores altas que limita o fim da faixa de areia. As árvores parecem árvores, de qualquer maneira. É incrível como todos os lugares estão cheios de árvores. Mais cedo, enquanto cozinhávamos um pouco do resto de comida que ainda nos resta, lembrei de um poema de Blaise Cendrars. Chama-se Borboleta, transcrevo-o da forma como me recordo dele (nunca o li em francês): "É curioso / Já há dois dias que estamos à vista de terra e nenhum pássaro veio a nosso encontro nem se meteu em nosso sulco / Em compensação / Hoje / De madrugada / Ao penetrarmos na baía do Rio / Uma borboleta grande como a mão veio viravoltear em torno / do navio / Era negra e amarela com grandes estrias de um azul apagado". Viravolteio pelo acampamento mais um pouco antes de dormir. Amanhã, à Floresta Das Árvores Altas.
2 comentários:
mto bom renan. me senti em marte. ou naquele planeta que tem macacos inteligentes... huahuaha
cara, não sei onde eles estão ahaha acho que nunca saberemos rsrs.
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