abril 17, 2008

A máquina do mundo

(texto escrito como exercício de crônica para a aula de redação 7)


Perdi mais quinze músicas: fiquei cinqüenta e dois minutos ouvindo crystal castles e fugazi com o audioscrobbler DESLIGADO e nada foi para o meu perfil no last.fm ou sequer ficou guardado em cache: all lost em alguma ilha sem conexões entre meu computador e a internet. Liguei o plug-in desesperado e comecei a ouvir tudo de novo, over and over and over, para ter certeza de que aquelas músicas existiriam no meu futuro. Mas poderia estar ouvindo outra coisa, se não fosse.

O americano Anthony Volodkin que uma vez escreveu: se eu escutei uma música e não deu scrooble, eu realmente a ouvi?. Sou adepto da teoria que não deu scrobble, não exisitiu. Anthony também deve ser, tanto que criou um plug-in de scrobbler para seu site, o hype machine - que é um agregador de blogs atualizado vertiginosamente com mp3s, organizando um fluxo disperso. Super-appeal de coisas über-novas e mesmo assim dava dó passar muito tempo lá. Mas agora que dá para fazer o bendito scrobble, ninguém mais precisa perder pedaços da vida.

O que rola perder por lá, se bobear, é informação. Um cochilo mínimo e você deixa de ouvir AGORA duas músicas que dali a quatro horas vão ser a GRANDE BADALAÇÃO do momento. Mas na real também não passou, por que ainda está lá para ser encontrado, néam? O hype machine abole a noção de tempo que permaneceu do milênio passado: o presente, no site, é o futuro chegando a cada segundo, se devorando em passado.

É como diz uma amiga: a mensagem do mundo é: NÃO DURMA.

And keep listening.

2 comentários:

Anônimo disse...

ótimo texto, parabéns.

Vinicius.

Anônimo disse...

conheço essa sua amiga, mas ela demorou pelo menos uns 2 minutos pra formular isso. cadê a porra do rss do teu blog?