maio 01, 2006

Eis que os dias se apresentam
longos & enfadonhos; o sol,
fustigando-me pelos caminhos,
aquece, pesa - esquece-se-lhes;
o vento sopra fútil nos campos:
por ora, não ecoam; aquiescem
com meus assobios distraídos.

Faço então como se fosse nos
fins de tarde que se mostram
cansados: permito-me à falsa
liberdade das faces ao vento.
E então se acabam as tonalidades
(laranjadas, rubras, violetas);
violentas incisões sobre pigmentos.

Nas noites vive-se o imediatismo
dos momentos; o instantâneo dos
olhares indiretos - os olhares
de desejo profundo, mistificados.
As cores, as míriades; os ventos
alcoólicos das madrugadas frias
e incoseqüentemente lúbricas.

Eis que as manhãs se apresentam
belas e alcoólicas - di-lo coisas,
em delírios de outrora; eis que nas
manhãs ainda ressoam nos ouvidos
o zumbido dos três acordes da noite,
e de seus momentos - de seus desejos:
eu desejo; eu acordo antes de dormir.

5 comentários:

Anônimo disse...

os ventos, muitos deles; sou quase um cadáver.

viniciusdc disse...

Pôs-se a andar no contraste do contra-sol e cabelos aos ventos, andava fatigado, perna-pós—perna, punha os músculos a trabalhar, o dia no meio e a jornada ainda no começo.
Era mais um dia, mais um, como milhares de outros dias que vinham em forma de enigma, um teatro, dias de teatro infames e suados, enegrecidos de óleo queimado escorrente das veias. Estranho tudo isso.
Tinha um script, ha muito tempo atrás lhe deram um script e ele sabia de cor. Sabia muito bem de tudo que havia escrito nele, desde quando tudo estava em branco e tudo se podia fazer. Quando fardos ainda não existiam. Era um ator, o script ele sabia todo, mas quando atuava, nos momentos em que atuava. Tinha tudo na cabeça, deixava que se corpo interpretasse da melhor maneira, adeus aos modos, adeus aos usos, adeus!
Que lindo, original, bravo! E não era de se esperar menos, os cabelos suados a voar, e o vento forte ardendo às queimaduras de sol. Mas no fim, na noite, depois que já se bebeu todas, ao contrario de todos outros que já admitem a derrota. Ele está de pé, arauto, como disse uma vez, incansável, insanável.
Que tente infeliz! Ouse decifrá-lo! Quero ver-te ruir na derrota, que nunca triunfara na investida, asseguro, o rapaz é indecifrável.
As batidas do coração jovial e eterno. Arrítmicas e tontas, zonzas de tanto amor. Não, ele não tem lembranças nem casos a contar, nada disso tem graça, ele prefere tudo intravenoso.
Seja no começo, no meio ou no fim da jornada, nada se difere. Ele esteve sempre ereto, nunca se arcou, esse tipo de coisa não serve pra ele.

Anônimo disse...

passarinho? que coisa mais bicha...

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

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